quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Tomara que a neblina das circunstâncias mais doidas não seja capaz de encobrir por muito tempo o nosso sol. Que toda vez que o nosso coração se resfriar à beça, e a respiração se fizer aspera demais agente possa descobrir maneiras para cuidar ele com o carinho todo que ele mereçe. Que lá no fundo, do mais fundo abismo, nos reste sempre uma brecha qualquer para ver também um bocadinho do céu. Tomara que os nossos enganos mais devastadores não nos roubem o entusiasmo para semear o novo. Que a lembrança dos pés feridos quando, valentes, descalçamos os sentimentos, não nos tire a coragem da confiança. Que sempre que doer muito, os cansaços da gente encontrem um lugar de paz para descansar na varanda mais calma da nossa mente. Que o medo exista, porque ele existe, mas que não tenha tamanho para ceifar o nosso amor. Tomara que agente não desista de ser quem é por nada nem ninguém nesse mundo. Que agente reconheça o poder do outro, sem esqueçer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de busca a idéia da alegria. Tomara que apesar do pesares todos, agente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão da felicidade.

Tomara.



(Ana Jácomo)

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